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Pouco Planejamento aumenta mortalidade de empresa

Vontade de trabalhar, capital e sonho com próprio negócio não são suficientes para ter empreendimento bem sucedido.

Todo empresário, quando abre uma empresa ou lança um produto novo, acredita em alguma coisa. Por exemplo: que pode fazer melhor que os concorrentes, que tem um nicho de mercado que não está sendo trabalhado corretamente, que existe demanda e que os clientes vão ficar felizes por, finalmente, encontrarem uma opção.
Enfim, ele acredita tanto em alguma coisa que está disposto a se arriscar, usando os recursos que tem disponíveis para sair de onde se encontra hoje, enfrentar o desconhecido e, no processo, tentar mudar um pouco o mundo para melhor. Todo empreendedor é, na verdade, um otimista.

Conheci dois empreendedores que resolveram investir em uma indústria de móveis planejados, os futuros investidores não sabiam ao certo quais dificuldades iriam enfrentar. Um deles com experiência no negócio e outro com uma vontade imensa de conquistar o mercado abriu as portas para então montar uma unidade de fabricação. A idéia, porém, resultou em prejuízo, e a indústria teve que passar por modificações constantes, alterações organizacionais e outras decisões em busca de resultados satisfatórios no empreendimento.

No começo da empresa, ou da vida do produto, essa crença é fundamental. É uma atitude proativa, de encarar desafios e solucioná-los com vontade, garra, criatividade, enfim. Uma atitude determinada, de que nada vai segurar ou impedi-lo de ter sucesso.
Não por acaso, muitas vezes o dono da empresa é também um excelente vendedor. Nem precisa estudar sobre vendas, pois entende tudo do mercado, do produto e dos concorrentes, porque acredita, com fé inabalável, no que vende e tem orgulho de poder oferecê-lo aos clientes.

Muitos têm esse sonho de um empreendimento próprio, e essa atitude acaba contagiando todo mundo à sua volta. Quem já trabalhou com um líder entusiasmado sabe como isso pode ser motivador. Mas nem sempre é assim, a mortalidade de uma empresa nos primeiros anos de funcionamento pode se tornar inevitável. Segundo dados do Sebrae-SP, 27% das empresas não passam do primeiro ano de vida. No quinto ano, a taxa de mortalidade chega a 62%. Só em São Paulo, a perda de recursos investidos chega a R$ 2 bilhões por ano. A falta de planejamento prévio, de acordo com especialistas, é uma das principais causas do fracasso das pequenas empresas. “Como a pequena empresa não faz pesquisa, os riscos são muito maiores”, afirmam técnicos do Sebrae.

Um plano de negócios deve ter informações detalhadas sobre o ramo de atuação da empresa, os produtos e os serviços que ela irá oferecer, os clientes, os concorrentes, os fornecedores e seus pontos fortes e fracos. Para consultores de empresas e especialista em reestruturação de empresas, além de traçar o plano, é importante também inovar. “O mercado muda muito rápido", "É preciso procurar se reinventar o tempo inteiro, rever o plano de negócios a cada ano”


Funcionários devem ter qualificação.

Outro fator que dificulta a sobrevivência das empresas é a contratação de funcionários não qualificados. “Às vezes, contratar conhecidos e familiares dificulta muito”, digo isso por experiência própria. O treinamento pode ser a chave para evitar problemas com profissionais com pouca capacitação. “É fundamental capacitar funcionários, o que não significa mandar o profissional fazer cursos técnicos e especializados fora do país”, "Uma palestra na empresa com um consultor experiente, por exemplo, pode ser bastante produtiva."

Além dos funcionários, os donos do negócio também devem se preparar para enfrentar os desafios. Estatísticas nos mostram que a mortalidade das empresas pode cair de 27% para cerca de 9% no primeiro ano de vida quando os responsáveis fazem um curso de como administrar o seu negócio, marcar presença em feiras e eventos. “O conhecimento está disponível no mercado”.

O plano de negócio

Mesmo com um plano de negócios bem definido e um grupo de funcionários qualificados, o empresário precisa ainda vencer o obstáculo da obtenção de crédito. “É preciso ter um programa que dê capacidade para as empresas ficarem mais fortes, possuir um capital de giro com saúde”.

Um plano de crescimento dinâmico é o melhor indicador para mostrar se uma empresa vai ou não crescer. Ter um direcionamento claro define seu futuro ideal e como seu time vai chegar lá. Esse plano ajuda as pessoas a tornarem melhores decisões, usar o tempo de forma mais eficiente e alcançar melhores resultados.